Escritas do fundo do mar

22
Out 08
05 da manhã uma tosse, sem brilho no olhar
06 da manhã mais tosse e agonia
Às duas por três quem sabe onde isto irá parar
Eu é que já tusso tanto e até dormia

05 da manhã ei, bem bom
Tosse e amanhã ei, bem bom
06 da manhã ei, bem bom
05 da manhã ei, bem bom
06 da manhã pra dois, bem bom
Tossir e o que virá depois?
Bisolvon, ei!


Tudo verdade... até o facto de estar acordado a esta hora e com esta música na cabeça! Terá sido numa noite destas que surgiu a inspiração ao António Pinho, ao Pedro Brito e ao Tozé Brito? É que este nível de criação não se atinge a qualquer hora!

E agora?! O que fazer com esta pérola do nacional cançonetismo? A quem vamos dar isto para cantar?... hum... deixa cá ver... hum... olha, pode ser a estas meninas:





P.S. – Já que não durmo, divirto-me. Ou então, estou a ficar xarope!
Bilhetado por Brunorix às 05:59

01
Out 08
Hoje, é apenas um dos 365/6 dias do ano em que a música tem dia mundial. A única diferença, é que hoje se fala disso e nos outros dias apenas o sabemos sem comentar. Como nos livros, também a música merece uma efeméride simbólica comemorativa.

A conjugação de sons numa determinada sequência, a que se decidiu chamar música, acompanha-nos desde sempre. Até antes de nascer já ouvimos música. É verdade que nem todos lemos (infelizmente), mas também é verdade que não há ninguém que não a ouça, que não a sinta, que não a veja, que não a queira… ninguém vive sem qualquer manifestação de musicalidade. Consciente ou inconsciente!

Quando é que uma combinação de sons passa a ser música? Quando nós quisermos! É essa a magia deste bem universal! A música está verdadeiramente em todo o lado. Tudo é música! Andar, viver, respirar, sentir, pensar, olhar… tudo é música! Haverá na vida, fenómeno mais abrangente?! Haverá algum outro fenómeno que abranja todas as classes, todas as condições, seres ou estados?!





Não é por acaso que é considerada das artes a primeira! Não é por acaso que é um bem patrimonial mundial, que nem precisa de divulgação nem preservação. Consegue ciclicamente renovar-se e difundir-se por si só. Para haver música, basta haver vida! E imaginação… e sentimento… e mais exemplos destes…





Mais que as palavras, ficam os sons, o sentimento e a devoção. Que todos os dias se mantenham mundiais de comemorar e ritmados de ouvir! Boas músicas!



Bilhetado por Brunorix às 14:05

25
Set 08
E no final um sorriso de satisfação pela hora e meia que passou. Que ternura, que vontade de chorar de alegria, que música!

Cheguei atrasado ao seu encontro, mas em boa hora o encontrei (obrigado pela sugestão!). Que maravilha de história. A música adormeceu na minha cabeça e ainda lá estava quando acordei.



Um filme para nos fazer acreditar e lembrar que a vida também tem momentos muito bons. Uma pincelada de ar fresco na cinzentude diária. É uma pena que filmes destes não tenham a máquina promocional hollywoodesca para fazer a divulgação bem mais merecida que em muitas outras situações.

Fica o meu modesto contributo divulgacional. Escever mais seria estragar. A ver sem falta!

Les Choristes
Bilhetado por Brunorix às 10:29

15
Jul 08
Um final é sempre um final. É um terminar, é afinal o final de qualquer coisa. Depois de uma vida inteira a subir, chega sempre a penosa hora de descer lentamente os degraus da conformidade. Adormecer no vazio do desconhecido, sem saber se há um novo dia a seguir, sem planear nada e apenas esperar!

Esperar pelo destino certo, enche de medo o mais forte dos corações e mata qualquer esperança. E a confiança? É abalada, quiçá desaparece como areia entre os dedos. E os medos? Aumentam da convicção o crescente da aceitação. Dar a mão?!

Cada ruga de experiência acarreta horas de solidão. É verdade que colhemos o que plantamos ao longo do caminhar, mas mesmo assim ninguém merece o abandono da idade e a luta desigual da incapacidade. Caminhar na direcção do fim, acarreta a responsabilidade de encarar os factos: vamos todos passar por isso!





Sinto da dúvida interna, a dúbia luta entre a raiva que vivemos e o desgosto de não fazer nada. Sinto incúria na vontade, mas não percebo o que digo. Não sei o que sinto. Mas incomoda e deixa-me inquieto no pensamento. A qualquer momento…

Divido a esperança por mim e pela criança. Já fui e aí tudo era diferente. Cresci no afastamento das vontades e apalavrei decisões e criei confusões e persegui ilusões.

Pensar no quê e não conseguir o como, aterroriza-me o quando!

Antevejo da questão o reconhecimento do meu dia. Sei que não há fuga para ele e também espero. A grande diferença é que não espero sozinho! Espero a crescer no pensamento partilhado da companhia.

Não sei que fazer, não sei que dizer… só me resta escrever!
Bilhetado por Brunorix às 16:49

26
Mai 08

O home é um fenómeno

Reconheça-se sem nenhum aviltar que de encanecido o homem não padece. Não sou admirador confesso, mas reconheço de todo o mérito, que a melodia fica no ouvido e o trautear constante, irrita de viciante.

Sentava eu, o resto do meu Domingo no zapping pré-depressão da semana que avultava, quando deparo num programa sem história de um Herman louro e 200 Kg a mais, mas que acaba epicamente com este fenómeno da música portuguesa. Ele que me ambígua do pensamento o balanço entre foleiro, humor, piroso e estilo curioso, merece de muitos a romaria, como no Cidmania e deixa-me sem guarda. Hoje quando acordei ainda tinha na cabeça esta pérola do nacional cançonetismo…





Não é apócrifo, nem efabulador, mas é da sua arte um senhor, que arrasta multidões e gerações e que faz cantar o mais céptico dos ouvintes. Das favas ao chouriço, ele é macacos e bananas, amor, neve e tudo mais, acho que até usa cabanas!

Aqui fica o meu reconhecimento que José Cid é um fenómeno nacional!


P.S. - Do Mestre nem me atrevo a falar, mas que dizer daquele coro de 5 mamarrachos que o acompanham?!


Bilhetado por Brunorix às 11:23

15
Mai 08


No País das Maravilhas

Temos tanto para oferecer
Que difícil é saber escolher
Mas fiz da escolha decisão
Porque representa bem a nação
E é bem Tuga, por assim dizer!



No País das Maravilhas


Elas são tantas e tão belas
Que rimam do alto das velas
E ficam no som da mente
Para que afinal tudo se apresente
Como cultura musical premente




Bilhetado por Brunorix às 13:04

03
Abr 08
Partilho aqui o amâgo da fé que move as montanhas da espiritualidade. A alegria de sentir a devoção dentro de nós, difundida pelas notas santas de um medley religioso! A sabedoria crente, manifestada no Homem pelo prazer de orar cantando! Para ver, rever e aprender as letras!


Bilhetado por Brunorix às 11:33

12
Mar 08
Não sei com que idade começam as recordações nostálgicas, mas eu já vou tendo as minhas. Fruto do que somos e do onde vamos, transportamos na nossa bagagem existencial uma colecção de memórias. Memórias sentidas e recolhidas no trajecto que nos fez nascer e que nos conduz ao fim da viagem.

O avançar do mundo não nos deixa manter alguns hábitos que fazem parte da nossa colecção e não da nossa realidade diária, mas que nos acompanham sempre no pensamento. Vivemos os dias cada vez mais depressa e todos os gestos diários caminham num poupar de esforço e tempo.

Os CD`s e os MD`s, os MP3`s e tudo outra vez, os nanos e os gigas, os i-pods e os i-phones e, sobretudo, os i-meu-Deus_qué_isto?!, vieram reduzir o processo de elaborar consequências. Cada vez se faz menos para atingir o objectivo final, é tudo “touch and go”! Perdeu-se o prazer domingueiro de ouvir um disco em vinil com toda a calma, demorando 10 minutos entre a ideia de o ouvir e a concretização da mesma (ideia). O ritual que começava pelo aplicar de uma pequena quantidade de spray anti-estático, a passagem daquela almofadinha de veludo sempre em movimentos circulares para tirar o pó todo, a limpeza da agulha do gira-discos, o colocar do disco no prato, o acertar da agulha naquela margenzinha de início e ouvir os estalidos antes da música começar, o sentar com prazer e depois… o desfrutar de alegrias como esta:



Este maravilhoso disco de 1978 faz parte do meu imaginário infantil! Aqui está o arquivo presente desta minha memória coleccionada que quero partilhada para que não se sinta perdida. Uma realidade infantil de grande qualidade musical, com a simplicidade eficaz de quem não i-nada! Era um disco em vinil e pronto! Era moroso e dava trabalho ouvi-lo e a preguiça dos nossos dias nem era um factor nesta equação de vontade. Ganham-se umas coisas, perdem-se outras… enfim, nostalgias!

Que saudades... de ouvir o guarda Ezequiel, o elefante D. Henrique, a serpente Serafina, o jacaré Casca Grossa, o hipopótamo Aristocrata, o burro Adalberto, o sapo Baltazar, a rã Henriqueta e o Popas, o papagaio! As horas de prazer e satisfação que me transmitiram permanecem intactas no meu baú de recordações. Ainda hoje canto estas músicas, como se as estivesse a ouvir nos meus Domingos de prazer!


Muito obrigado ao Carlos Mendes, ao Joaquim Pessoa e ao Júlio Isidro pela autoria, à Maria José Guerra pela narração e ao Pedro Osório pela direcção musical. Vocês fizeram de mim um herói destas histórias, nunca me cansei de passar os portões desse jardim!
Bilhetado por Brunorix às 12:13

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