Escritas do fundo do mar

15
Jun 08
E, afinal de contas, uma pessoa escreve para se divertir, para viver mais, para gostar de si mesma ou para que os outros gostem. *

Os afastamentos prolixos, motivados pelas férias, não permitiram a proximidade de um aparelho, com ou sem fio, que me permitisse a emissão de um Bilhete. Palpitei das veias a distância e mantive a muito custo, o pulsar fervoroso da vontade de escrita. Desperdicei muitas “inspirações” para emitir, mas guardei outras tantas que passo agora em bilhetes dados, à guisa de resumo temporal.

O Euro 2008 e a gasolina competem de mãos dadas na corpórea urde que nos faz correr ora para a bomba, ora para a televisão. Saltitamos emocionalmente de nenúfar em nenúfar, à velocidade de um golo de Ronaldo & os outros, enquanto somos carregados por trás - cartão vermelho directo! – pela Galp & as outras. Agora que até já somos campeões europeus, pelo menos da esperança, continuamos com Portugal cada vez mais no seu melhor!




Se da culpa se subentende responsabilidade, todos temos a cota parte da razão e dela mesma. No dia-a-dia do crescimento, sentimos a incompreensão da vontade e a dúvida da culpa. Mas afinal o que é isso da culpa?! Eu também não sei, na maioria dos casos, a não ser quando em determinadas situações “culpáveis” se consegue sem sombra de dúvida culpar o culpado. É que não é qualquer candidato a culpado que consegue tamanha estupidez! A não ser que o culpado seja eu…




P.S. - E Angola que fica tão longe...



* Arturo Pérez-Reverte, in O Clube Dumas


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