Escritas do fundo do mar

17
Jan 09
Dormia o meu sono egoísta e despreocupado quando tu chegaste. Irrompeste os céus da minha noite com a frieza do facto consumado e tomaste as rédeas do choque seguinte. Trazias contigo a morte e nem me deste tempo de te aceitar e de te dizer que não queria que chegasses.

Não eras um acto de jornalismo pensado, mas uma crueldade de um destino irreflectido e injusto. Ainda nem tínhamos fechado os olhos sobre a última morte e já me estavas a acordar de novo de uma forma imprevista. Deixa-me! Deixa-me dormir que não quero ouvir o que tens para dizer. Quero que a última noite se apague das nossas existências e que a maldita interrupção da tua chegada, nunca tenha existido.



Mas existiu... e agora temos que viver contigo. Dobrar roupas que ainda respiram, guardar sacos mórbidos de espanto, enviar cartas vivas por assinar, beijar olhos pejados de lágrimas, abraçar os mesmos de há 4 dias. Não estamos preparados! Que injustiça, que crueldade!

Porque vieste?!...

Bilhetado por Brunorix às 22:53

Um beijinho muito triste, Bruno!
madalena a 17 de Janeiro de 2009 às 23:45

Não estás sozinho. Nem na perplexidade, nem na revolta, nem na vida. Na morte, depois se verá.
Por agora, respira.
Bjinhos,
f
f a 18 de Janeiro de 2009 às 23:39

Uma morte é sempre algo que revolta. Que consome as entranhas, que nos dá vomitos.
Seja como for!
Um abraço, daqueles, e bem forte.
Anónimo a 19 de Janeiro de 2009 às 00:02

Lamento muito. Um beijinho
essenciasdepensamentos a 19 de Janeiro de 2009 às 10:15

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