Não cresceu.
Esperancei dias de sol entre neblinas e nevoeiros matinais, os tais. Soprei as nuvens da cinzenta razão e provei o algodão doce em deglutir salgado. Abri as janelas do tempo para deixar passar a luz. Pode ser que ilumine.
Não iluminou.
Subi escadas de passado e espreitei portas de futuro com a convicção do presente. Apertei mãos de conveniência e dei palmadinhas nas costas da ilusão. Pode ser que sinta.
Não sentiu.
Levantado na madrugada do ontem, sinto cansaço no corpo de amanhã. Tenho dores nas articulações da alma e não consigo correr no caminho da esperança. Gritei na mensagem do interior. Pode ser que ouça.
Não ouviu.
Revelei cartas de angústia em envelopes de revolta. A letra de tinta permanentemente marcada em papel crivado, escorria sangue de intenção. Pode ser que leia.
Não leu.
Saltei barreiras de silêncio em metros revelados. Comemorei datas de imposição em vitória de consumo sem sentimento ganho. Conquistei (im)posições em maratona desconhecida. Pode ser que saiba.
Não sabia.
Sentado de tanto esperar, nadei nas palavras vividas e mergulhei por baixo dos sentidos. Em dia de linhas oferecidas conjugo verbos de vergonha em textos de ansiedade. Pode ser que escreva.
Já escrevi.