De volta às lides da vida (com uma peça a menos) reencontro na mesma tudo o que nunca muda. O ar está impregnado do que sempre foi e o amanhã continua igual ao ontem. Ouço (melhor) o espanto que rodeia cada acontecimento e lamento a apatia da vida circular, que pode ser segunda ou de primeira insatisfação.
Os sonhos enclausurados agarram-se às grades da consternação e fecham os olhos a cada bandeja que surge para alimentar o tempo. O julgamento é aguardado no cárcere do destino… sem fome.
Inspecções de consciência viram as patas do aparente ao contrário enquanto a linha do horizonte se verticaliza no sentido inverso. Perverso?! Não, original! Não importa a cor do pêlo, desde que não seja camelo, nem a força do olhar que perscruta na imensidão do que se sabe existir. O que interessa é a aparência.
Passadas de presente, deixam passados para trás do que há-de vir. O caminho de regresso faz-se no sentido árduo sem pisar questões. As emoções ficam do lado de lá e aqui grita-se a lei do silêncio.
Os maçaricos da revolta deitam chama de isqueiro infantil e chamuscam de ridículo a vontade. Qualquer sopro de imposição apaga as velinhas de um bolo estragado de tanto esperar. É só soprar.
Que bom estar de volta!