

Ouvidos selectivos são filtros de indiferença. Traduzem o som da nossa voz em espaço vazio e o olhar na distância do acontecimento seguinte. O desgaste da incompetência destrói pilares de motivação. Com razão.
Produzem-se frases de opinião e espera-se o mínimo de atenção. Mas não. Nada. Vazio absoluto de interesse. Será o tom da pele? A cor do cabelo? Ou a falta de conivência com o sistema? Temos tema.
Na força dos intentos nasce a razão e recuar é como desistir. A rocha da convicção é o único porto de abrigo que não afunda na podridão de uma afinação geral. Bem ditas as vozes desafinadas da diferença. É uma luta muito dura, mas é connosco que adormecemos todos os dias e é preciso dormir tranquilamente para continuar a remar. A energia da certeza é que dá força ao viver. É preciso é querer.
Se unirmos as vozes que não têm som num uníssono grito mudo, conseguiremos chegar ao céu da indignação e deitar fora as línguas do desprezo. Unam-se as mãos!
Felizmente, é o que faz este “abençoado” que dá pelo nome de Luís Franco Bastos e que usa este dom de uma maneira arrepiante. Independentemente dos textos lidos o timbre das imitações é tão igual nalguns casos que parece que as pessoas estão ali na nossa frente a sair pela garganta dele.
Absolutamente a não perder. Aqui fica um gostinho do que se pode rir, sendo que ao vivo arrepia mais.
Poeta, romancista, investigador, declamador ou o que for, Pedro Sena-Lino é sobretudo um amante das letras que se deixa amar por elas. Esse amor é visível em cada linha que escreve, em cada sentimento que ensina e é assim que transpira palavras por cada poro deste romance.
Faço votos para que os (quase) 333 membros deste Clube façam gritar bem alto a opinião que lhes rasga o peito e que lhes incendeia a alma. Bramam as vossas sentenças e gladiem sentimentos, pois a chama do julgamento literário erguerá a sua ira sobre os que não se manifestarem!