Escritas do fundo do mar

19
Mai 09
09h da manhã. Dois zombies entram numa gráfica com um caixote debaixo do braço. Lá dentro (do caixote), 18 suados, sofridos e conturbados volumes anseiam encadernação. Enquanto os olhos inchados tombam nas pálpebras do cansaço, o orgulho da meta alcançada vai-se alinhando numa mesa à espera de entrar para o forno.

Para trás, ficaram centenas de horas de sofrimento, angústia, desespero, colapsos de índoles várias, noites em branco, cansaço extremo, milhares de páginas, dezenas de (des)formatações, avanços, recuos e outros balanços. Jazem ainda no campo de batalha, um computador exausto, uma impressora extenuada e a deitar fumo, os cadáveres de vários toners, uma verdadeira linha de montagem, muito papel estragado e uma parceria para a vida.



As dores de cabeça, de posição (e imposição), a confusão entre dia e noite, sol que se deita estore que se levanta, mãos que tremem e lágrimas que choram, pairam ainda no ar da vitória, pincelando o agridoce do destino em tons de conquista. Está à vista!

No amanhecer do desígnio, uma enorme e indescritível satisfação emerge das águas turbulentas. Donde virá?!


P.S.- Grande MACina que aguenta tudo e mais alguma coisa. Sem ele a derrota estaria mais próxima.

Bilhetado por Brunorix às 18:57

Eu, calções de crescimento
Acordo longe do mar, perto da
morte.
Sinto uma procura de letras soltas
paradas no tempo da vida.

Sonhos nervosos em lençóis acordados
Fazem dos proibidos momentos, a
abertura das portas da convicção.
Estendo a mão da esperança
e apanho flocos de realidade.
      e de verdade.

A noite dorme e eu não.
O tarde acabou de se misturar
com o cedo.



Factos: Começado num workshop de poesia em plena luz do desconhecido, acabado na escuridão barulhenta de uma impressora às 5h e 32m da manhã.
Bilhetado por Brunorix às 05:19

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