Escritas do fundo do mar

03
Mar 09
Cinzentos são os ventos da discórdia. As palavras que se dizem, e escrevem, podem ter todas as cores que lhes quisermos dar, mas também podem não ter nenhuma. Nem tudo é preto e branco e não se pode descartar a mistura das duas: o cinzento.

Cinzentas são as injustiças nas análises comportamentais dos indivíduos. As atitudes que se tomam nem sempre são o reflexo do coração, mas sim o da cabeça. Quem és tu para me apertar o pescoço à espera que cuspa respostas claras?! Acções? São contradições. Mas é disso mesmo que somo feitos.

Hoje também podia escrever sobre muitas coisas, mas não. Não escrevo sobre nada e no entanto digo tudo. Que é quase nada. A pressão do ambiente circundante faz parte do mergulho da vida: é preciso aprender a respirar nele. A dor que nos impele num sentido não se explica, sente-se! Somos sabão em mão que aperta, quando se escapa não se sabe bem onde vai parar.



Hoje podia escrever sobre o cinzento. E escrevo. Faço desta cor a ode à loucura que é viver. Erguer das trevas sem força para o fazer tem este preço. Quem és tu para me criticar o que não faço?! Decisões? São opiniões. E é segundo elas que vivemos.

Cinzento é o texto que não se percebe, mas que se sente. Gritar é o silêncio de amar no escuro, sem futuro. Ouvir é o reflexo do sabor amargo da injustiça. As traições, não se sabem que o são até que elas aconteçam. A verdade será sempre lei, mesmo que não se perceba. Nem tudo é preto e branco.

Quem és tu para querer colorir o meu cinzento?!
Bilhetado por Brunorix às 17:43

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