Escrevo, pelo fascínio de amontoar palavras de tijolo para construir edificios de leitura.
É essa construcção diária que me traz aqui todos os dias para colocar mais um tijolo. Agora que cheguei ao 300º andar ainda me surpreendo com a altura alcançada. Aqui em cima o ar já tem outro peso literário e por vezes é preciso respirar palavras e mais palavras para aguentar a pressão atmosférica da escrita.
Cada tijolo colocado, cada degrau subido, cada Bilhete emitido tiveram o condão de me fazer ler mais, de me ensinar a escrever, de me impulsionar na partilha de palavras e na descoberta de um mundo novo. Tenho vivido com livros, tenho rodeado os dias de acontecimentos literários, tenho respirado e absorvido influências escritas e trocas de leitura.
Sinto o vício das palavras a correr nas veias da escrita e espero chegar ao céu da criatividade, colocando cada vez mais e mais tijolos. O meu edifício de leitura irá continuar a emitir Bilhetes de Ida, assim me ajude a imaginação e a vontade.
Obrigado a todos os que foram subindo os degraus e que foram colocando massa crítica para segurar esta construção partilhada. É minha a vontade que a cria, é vossa a razão que a habita.