Escritas do fundo do mar

30
Jan 09
Era uma garagem. Uma garagem suja e cheia de óleo, como é normal numa garagem. Sem contexto nem pudor, ela desaperta o fato-macaco dele enquanto se ajoelha. Uma enorme erecção profissional salta cá para fora enquanto uma mão de grandes unhas vermelhas, não menos profissionais, se agarra ao que estava à vista, deixando transparecer um olhar de pornografia barata. Segundos depois tudo se engolia.

Compassadas viagens de cabeça para a frente e para trás, faziam desaparecer toda aquela excitação nuns lábios de vermelho batido. Líquidos vários pingavam para o chão. Já o traje de mecânico jazia quando ela se levanta ao som da banda sonora, esfregando na subida uns voluptuosos, e vários números acima, seios de silicone.

Uma abertura de pernas treinada, mostra todo o esplendor de uma aparada vontade de receber língua gasta por estas andanças. Exaustivos minutos, lamberam toda a passagem de tempo previsto. Trocavam-se gemidos de forma mecânica e em sentimento imposto.



Dobrada sobre a bancada, pedia por sugestão que se fundissem num só. Desejo concretizado e a mesma erecção desaparecia em fundos de carne experiente. Para a frente e para trás ao ritmo escrito, para a frente e para trás ao ritmo estudado vezes sem conta.

Novos óleos surgem na garagem e muda-se a penetração. Agora mais em cima porque o sucesso é garantido. Mais fundo, mais forte, mais depressa, pede ela. Ele corresponde. Os corpos em plenitude pornográfica suam debaixo do foco de luz. Ela grita de eventual prazer em linguagem universal.

Deitados no chão lambem-se de forma ávida e invertida. Ritmos treinados de língua apressam trocas de prazer. Chupados momentos depois, ela senta o seu interior profissional cavalgando os minutos seguintes em desenfreados gritos carnais. A imagem vista de cima, revela uns seios em descomunal saltitar. É chegada a hora.

Levantam-se rapidamente enquanto ela abocanha os segundos finais, o gemido treinado dele é o sinal. Tem que se ver. O auge espalha-se pela cara dela e pela garagem. Os dois olham para nós a sorrir.

- Corta!

Dezenas de pessoas à volta começam a andar de um lado para o outro. Baixam-se braços cansados e apagam-se luzes intensas. Ele e ela limpam os restos com indiferença.

- Muito bem pessoal… amanhã filmamos a cena da banheira.




P.S.: Nem tudo o que é profissional é bom...
Bilhetado por Brunorix às 23:18

O Fócrates está sodido!

Autor Desconhe(u)cido



P.S.: Outra estreia!
Bilhetado por Brunorix às 13:55
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E na quarta volta todos iam à frente. Todos queriam ganhar, mas o lugar mais alto do pódio é sempre solitário. No entanto, muito nos regozijou o olhar ao ver tantos concorrentes (pela primeira vez) na linha de partida.

E é pela minha alegria, e pelo meu agradecimento, que faço alinhar todos os concorrentes na votação deste quarto livro. Têm muito por onde ler. Escolham, pensem, apostem, votem. Invistam no vosso preferido.

Aqui vão, alinhados por ordem de chegada, sem preferências:


1 – No Dia em que Fugimos Tu Não Estavas em Casa – FERNANDO ALVIM



2 – Letra e Música – PAULO CASTILHO



3 – Uma Casa na Escuridão – JOSÉ LUÍS PEIXOTO



4 – O Último Cabalista de Lisboa – RICHARD ZIMLER



5 – A Montanha da Alma – GAO XINGJIAN



6 – O Jogo do Anjo – CARLOS RUIZ ZÁFON



Vão ser 10 dias de luta intensa pela vitória. Podem votar em mais que um. Que ganhe o que ganhar! Relembro que O Solista continua em análise, e os outros todos para trás também. Boas leituras.
Bilhetado por Brunorix às 12:57

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