Escritas do fundo do mar

15
Jul 08
Um final é sempre um final. É um terminar, é afinal o final de qualquer coisa. Depois de uma vida inteira a subir, chega sempre a penosa hora de descer lentamente os degraus da conformidade. Adormecer no vazio do desconhecido, sem saber se há um novo dia a seguir, sem planear nada e apenas esperar!

Esperar pelo destino certo, enche de medo o mais forte dos corações e mata qualquer esperança. E a confiança? É abalada, quiçá desaparece como areia entre os dedos. E os medos? Aumentam da convicção o crescente da aceitação. Dar a mão?!

Cada ruga de experiência acarreta horas de solidão. É verdade que colhemos o que plantamos ao longo do caminhar, mas mesmo assim ninguém merece o abandono da idade e a luta desigual da incapacidade. Caminhar na direcção do fim, acarreta a responsabilidade de encarar os factos: vamos todos passar por isso!





Sinto da dúvida interna, a dúbia luta entre a raiva que vivemos e o desgosto de não fazer nada. Sinto incúria na vontade, mas não percebo o que digo. Não sei o que sinto. Mas incomoda e deixa-me inquieto no pensamento. A qualquer momento…

Divido a esperança por mim e pela criança. Já fui e aí tudo era diferente. Cresci no afastamento das vontades e apalavrei decisões e criei confusões e persegui ilusões.

Pensar no quê e não conseguir o como, aterroriza-me o quando!

Antevejo da questão o reconhecimento do meu dia. Sei que não há fuga para ele e também espero. A grande diferença é que não espero sozinho! Espero a crescer no pensamento partilhado da companhia.

Não sei que fazer, não sei que dizer… só me resta escrever!
Bilhetado por Brunorix às 16:49

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