Escritas do fundo do mar

03
Jun 08

Parto na vingança silenciosa
A vontade de fugir, já idosa
Procurando no sonho da razão
A descoberta do lado de lá
A fuga de ficar por cá
E um dia dizer que não

Faço as malas da vontade
Procuro no fundo a verdade
Silencio revoltas de antemão
Abafo sonhos de partida
E mantenho promessa cumprida
De um dia dizer que não

Recolho vergonhosos sentimentos
De engolir desejos e momentos
Colho plantas no jardim do irmão
Apoio tristezas se me quiserem dar
Encaneço a viagem de um adiar
Sonho um dia dizer que não

Mas salto barreiras de vontade
E sorrio do sonho a verdade
De saber e querer razão
Para no acordar de um voltar
Sentir da força o pulsar
E um dia dizer que não!



Bilhetado por Brunorix às 18:42


Pestes já passadas, fica sempre na chegada o intonso trinómio entre a viagem que termina, o prazer de regressar a casa e o desejo de nova partida. Tomadas as diligências de matar saudades e abafados os sentimentos de sofrimento distanciado, impõem-se o bulhão da labuta diária, aplacado pela certeza e a obrigação de que tem mesmo que ser.




A realidade cinzenta das obrigações, contrasta com o colorido do internacionalismo, da internacionalidade, e da alegria internacional da experiência vivida. Passadas as águas do sonho, está tudo na mesma apatia plúmbea e circular. Escondem-se os verdadeiros Eus na sombra tisnada da obediência não concordante e pelo aquiescer redutivo de quem não tem outra hipótese.

Envergonho a vontade que tenho em mim e não executo! Mandar tudo ao ar e partir atrás do sonho. Porque não? Medo do desconhecido ou facilidade da razão?! Sonho um dia dizer que não…
Bilhetado por Brunorix às 18:38

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