E lá foram. A mãe chegou do outro lado do mundo e levou-as para a casa onde pertencem, para o seu refúgio de vida. Agradeceram na saída o que receberam desde a entrada. Parece que gostaram.
Deixaram uma porta aberta na saudade, mas o tempo fecha todas as portas e abre outras tantas. O silêncio voltou ao vazio e não restam mais recordações que os despojos da festa. Gostámos de as ter por cá e podem voltar quando quiserem, esta é uma das portas que está sempre aberta!
Calma, não estamos a ficar contaminados pela cegueira branca saramaguiana, nem o “mal-branco” (muito em voga) chegou a este filme (apenas o mal-filmado), mas branca ternura, em branco sofá, pelas inquilinas brancas, dá qualquer coisa como isto…
Mais uma vez, mostramos à saudade do viajante que a harmonia reina numa tranquilidade de partilha. Estamos todos ambientados e a entendermo-nos muito bem. Partilhamos refeições e dormidas, brincadeiras e outras asneiras. Até já nos fechamos uns aos outros nos armários!
Por isso, deste lado do mundo para esse: estamos bem! Que aliás é como convém, porque em casa da amizade, tá tudo branco e é mesmo verdade!
Durante um mês na albergaria da Albergaria, temos duas inquilinas novas. Enquanto a saudade está do outro lado do mundo (literalmente e no sentido mais antípoda da questão), por aqui dá-se tecto e afecto.
Mãe e filha fazem da brincadeira partilha, numa amálgama de confusão e divertimento. Mas tudo a consentimento! Que não se preocupem os depositantes, que estes tempos passarão que nem instantes e os carinhos serão constantes.
Para que se confirme a declaração, aqui fica a prova da verdade (com a qualidade possível) numa tranquilidade distante e para conforto do viajante!
Depois deste bailado atapetado em notas de jazz, fica a certeza que o acolhimento é sorridente, como é por demais evidente, e que a partilha de brincadeira é verdadeira. Que se façam boas as viagens e que se volte a estas paragens, com o descanso da procura assente no lugar. As inquilinas estão bem e recomendam-se!
Arde-me o peito do vazio que sinto. A passagem fulminante que teve nas nossas vidas, deixou a marca do desalento e da esperança perdida. Tento levitar e olhar para baixo com a distância de quem está de fora para pensar que não é nenhum drama. E não é. Mas custa muito, lá isso custa! Foram 3 dias de ansiedade e luta por uma vida presa por um fio que acabou por se partir. Trouxe-me à memória um Tio, outrora ido, que da comparação não serve, mas foi mais um olho que se apagou…
Mas se uns vão outros ficam, e se a Blimunda Sete-Luas passou e marcou, o Baltasar Sete-Sóis está cá e respira saúde. Fizemos da companhia uma ideia e tentámos da boa acção fazer uma razão. Não quis o destino que assim fosse. Mas tentaremos de novo, na certeza de que o que fazemos, fazemos bem feito, e a preceito!