Escritas do fundo do mar

01
Fev 10

Não, não foi um problema da EDP nem um corte por falta de pagamento. Foi mesmo uma escolha e uma surpresa boa (como sempre!). Escuridão, comida vegetariana e gastronomia molecular deram as mãos (e nós também muitas vezes porque ajuda a sentir onde estamos) nesta noite de sensações sem luz.

A ansiedade de uma experiência diferente transpôs-nos para o outro lado de uma cortina de emoções novas. O primeiro impacto é brutal e aguardamos tolhidos na fila que alguém que se movimenta como se houvesse luz nos conduza ao nosso lugar. Passados os pequenos encontrões da falta de hábito sentamos o nervosismo e damos início ao processo de adaptação e consequente aumento da tranquilidade. Entre nós, uma mesa de expectativa, sabe-se lá de que cor e aspecto, prepara-se para ser o palco de um desfilar de sabores mágicos e estimulantes. O mapa posicional de tudo o que lá vai sendo colocado é traçado numa voz doce e experiente que nos orienta por todos os passos.

O paladar e o olfacto chegam-se à frente na importância da noite e assumem o papel de liderança na aventura do estímulo. Alguns sabores e cheiros foram descobertos, outros nem por isso. O desenho de sabores teve origem na criatividade da Paula Cascais (dona do restaurante e da ideia) e foi pensado para provocar emoções. Tudo se saboreia, tudo se arrisca e tudo se adivinha (pelo menos tenta). Enquanto o degustar se delicia, não há tempos mortos, silêncios nem trocas de olhar. As sensações estão à flor da pele e as partilhas também.

Muito obrigado à Ana Serôdio por nos ter acolhido tão bem naquele que é o seu mundo de todos os dias e que foi nosso por uma noite. A não perder por luz nenhuma!

Duas experiências extra: ir à casa de banho e tentar “roubar” comida do prato da frente sem ser apanhado e, sobretudo, sem derrubar os copos. Aqui fica uma foto do jantar…




P.S. – Como o que é bom merece ser divulgado esta emoção toda pode ser encontrada no Restaurante
Bem-Me-Quer.


 


Bilhetado por Brunorix às 12:24

02
Jul 09





Bilhetado por Brunorix às 10:43

22
Jun 09
Sábado que começou em trabalho, e continuou em trabalho, acabou em teatro. Acabo por nunca perceber a inércia que afasta a maioria de nós desta forma de expressão viva, porque sempre que cedo à inteligência e me deixo assistir, fico encantado com o que vibro. Se em cada três idas ao cinema, fosse uma ao teatro entraria numa sala de espectáculos várias vezes por ano… mea maxima culpa. Mais algum culpado por aí?



O Deus da Matança de Yasmina Reza, em cena no Teatro Aberto, surpreendeu-me pela energia vivida numa sala azul com apenas 1/3 dos espectadores possíveis, o que se notou no arrepio triste do som de poucas palmas (embora reconhecidamente batidas por quem lá estava) no final. Notáveis interpretações (Paulo Pires, Joana Seixas, Sérgio Praia e Sofia de Portugal), muito riso, muita verdade e muito assunto para conversa de jantar.




Por falar em jantar… que extraordinário o restaurante (Pano de Boca) com que nos brinda o cair do pano no Teatro Aberto. Além do ambiente acolhedor e da agradável música ao vivo, podemos deixar-nos levar (eu deixei), por exemplo, por Medalhões de javali com molho de rosmaninho e natas, cogumelos bravos, rösti de batata, couve de bruxelas com bacon e pêra com bagas de murta e depois, porque não, uns Morangos frescos em massa folhada com gelado de baunilha e chantilly. Babam-se-me as teclas só de recordar tudo isto, que se consegue por um preço bastante acessível (com 10% desconto para quem traz o bilhete do espectáculo) e que merecia um muito maior destaque da parte de comunidade gastronómica. Adorei e espero voltar (de preferência em breve).

Sejam amiguinhos dos vossos estômagos, e da vossa cultura, e façam, se não uma, pelo menos as duas coisas. Vão ver como eles agradecem (ambos os dois).
Bilhetado por Brunorix às 18:19

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